11 de nov. de 2012

Reforço na autoestima?



A reportagem de capa da edição deste domingo da Veja Rio traz relatos de moradores  da Barra orgulhosos com o que a revista classifica de renascimento do bairro: shoppings, hospitais (privados), colégios (particulares), BRT, metrô... Tudo acontecendo ao mesmo tempo e com previsão de inauguração até 2016.
Sem dúvida, a chegada de grandes eventos atraiu investimentos de igual porte. Mas só poderíamos falar em renascimento ou algo do gênero quando o básico for acessível a todos. O complexo lagunar de Jacarepaguá, por exemplo, continua a receber dejetos de condomínios sofisticados e comunidades carentes.       
Os moradores de localidades como a Vila Autódromo, por exemplo, estão cada vez mais pressionados a deixarem suas casas, por causa da especulação imobiliária. A alteração do gabarito em áreas do bairro vai favorecer a construção de espigões, que atenderão a uma demanda muito específica, representando nada em termos de bem-estar à população. É bem verdade que a prefeitura planeja a construção de um grande parque na Reserva. No entanto, a conta será salgada para os moradores da Barra da Tijuca.
Minha opinião é de que deveria haver maior debate entre o poder público e os moradores, para que conhecêssemos melhor o efeito da pressa em transformar a Barra em um pedaço quase que independente da cidade em termos econômicos, com consequências imprevisíveis para a cidade.  

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