A reportagem
de capa da edição deste domingo da Veja Rio traz relatos de moradores da Barra orgulhosos com o que a revista classifica de renascimento do bairro: shoppings,
hospitais (privados), colégios (particulares), BRT, metrô... Tudo acontecendo
ao mesmo tempo e com previsão de inauguração até 2016.
Sem dúvida, a
chegada de grandes eventos atraiu investimentos de igual porte. Mas só
poderíamos falar em renascimento ou algo do gênero quando o básico for
acessível a todos. O complexo lagunar de Jacarepaguá, por exemplo, continua a
receber dejetos de condomínios sofisticados e comunidades carentes.
Os moradores
de localidades como a Vila Autódromo, por exemplo, estão cada vez mais
pressionados a deixarem suas casas, por causa da especulação imobiliária. A alteração
do gabarito em áreas do bairro vai favorecer a construção de espigões, que
atenderão a uma demanda muito específica, representando nada em termos de
bem-estar à população. É bem verdade que a prefeitura planeja a construção de
um grande parque na Reserva. No entanto, a conta será salgada para os moradores da Barra da Tijuca.
Minha opinião
é de que deveria haver maior debate entre o poder público e os moradores, para
que conhecêssemos melhor o efeito da pressa em transformar a Barra em um pedaço
quase que independente da cidade em termos econômicos, com consequências
imprevisíveis para a cidade.
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