Já
falamos diversas vezes sobre essa verdadeira tragédia social em que se transformou
o crack. E vamos continuar denunciando essa lucrativa indústria de zumbis, já
que as soluções - se é que existem- simplesmente não têm surtido efeito.
Não
é difícil perceber a falência das políticas de prevenção e tratamento aos
dependentes. As chamadas “cracolândias” apenas mudaram de lugar. Agora, quase
todos os dias, somos brindados com imagens chocantes de pessoas desorientadas se
aventurando na travessia da Av. Brasil e em locais próximos ao Parque União. Em
Manguinhos e no Jacarezinho já se pode notar um tímido retorno à situação
anterior à ocupação pelas forças de segurança.
Estamos
diante de um dilema. Defender a internação compulsória dos dependentes é
impossível com a estrutura de que dispõe atualmente a prefeitura. Não há leitos
disponíveis, a infraestrutura das unidades é precária e os contratos firmados
entre a prefeitura e ONGs são suspeitíssimos.
Contudo,
é dever do Estado promover o acesso à saúde e o bem-estar das pessoas, como
preceitua a Constituição. E isso inclui tanto os viciados quanto os motoristas
que rodam pelas avenidas da cidade correndo o risco de atropelar um deles.
A
prefeitura precisa dialogar com a sociedade para buscar soluções. E é nossa
responsabilidade também. Afinal, é fácil só criticar. De qualquer forma, já passou
da hora de a administração municipal avaliar a eficácia dessa política de recolhimento
de pessoas. Do jeito que está, estaremos apenas removendo pessoas para outros
lugares, como lixo.
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