Uma coisa que sempre me incomodou
é o tratamento dispensado aos moradores de diferentes bairros da cidade. A gente
reclama, exige, e muitas vezes somos tratados como românticos ou idealistas,
mas é flagrante o abismo entre a Zona Sul e o subúrbio. Eu e a torcida do meu
Flamengo sabemos disso há muito tempo, mas o Extra só descobriu na edição de
hoje.
No Leblon, as obras da Linha 4 do
metrô contam com tapumes decorados, quiosques de informação e até um plano de
ajuda financeira a comerciantes que vierem a enfrentar dificuldades. A
circulação de vans será proibida e o canteiro de obras é separado do trânsito
de pedestres. Tudo muito limpo e arrumadinho.
Já Madureira sofre com a poeira,
buracos, lama e falta de proteção para os pedestres nas obras da Transcarioca. A
circulação de vans e kombis está liberada, com o agravante de que elas ainda
contam com aqueles avisos sonoros indicando o itinerário. Máquinas e entulhos
estão espalhados pela Av. Ministro Edgard Romero.
Parece que o Rio acaba no Túnel
Rebouças. A pergunta é simples e, talvez por isso, difícil de ser respondida:
por que é assim? Por que tem que ser assim? Não concordo com isso, e acredito
que a grande maioria da população também não. Se de fato queremos acabar com o estigma
de cidade partida, todos os cidadãos deveriam ser tratados da mesma forma.
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