Veio em
boa hora a decisão da Polícia Federal, que instaurou inquérito para apurar
denúncias de mau uso de verba pública, peculato e fraude em processo
licitatório para realização de obras no setor de emergência do Hospital Federal
de Bonsucesso. Orçadas em R$8 milhões, as intervenções na unidade estão
suspensas desde abril do ano passado.
A falta de ação para terminar com o atendimento emergencial em
contêineres torna crítica a situação de pacientes e profissionais de saúde. Um
idoso foi contaminado por uma bactéria de dificílimo tratamento, na já
apelidada “emergência de lata”.
Agora a Justiça Federal deu um ultimato à direção do hospital,
determinando que os pacientes só poderão permanecer 24 horas na emergência. Se
precisarem de internação, devem ser transferidos para outras unidades públicas
e privadas, pagas pelo ministério da saúde.
O corpo clínico do hospital, juntamente com o conselho regional de
medicina (Cremerj) e o sindicato dos médicos (Sinmed), decidiu que a partir da
próxima segunda-feira (5/11) apenas os casos de
maior gravidade e de fluxo interno serão atendidos. A emergência será fechada
temporariamente.
Quero deixar registrada minha indignação com essa situação e a
solidariedade com os profissionais e pacientes do HGB. Fui residente em Bonsucesso
e tenho uma relação de afetividade com funcionários da unidade.
Se os indícios de corrupção devem ser tratados com
o máximo rigor, a situação de abandono e risco de vida a que estão expostos
pacientes e profissionais também precisa ser vista com muita atenção. É uma
vergonha o que acontece no hospital geral de Bonsucesso.
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