Leia o discurso que fiz hoje na tribuna da Câmara Municipal, em homenagem ao Dia do Médico.
“Curar quando possível; aliviar quando necessário; consolar
sempre”. Hoje, dia 18 de outubro, é comemorado o Dia do Médico. Uma data
especial, que serve para convidar a sociedade à reflexão sobre a importância do
profissional de saúde, disponível 24 horas por dia.
Dedicação máxima à profissão, gostar de estudar e conhecer
as novidades da área, saber se relacionar com as pessoas de forma humana,
capacidade de análise de situações (saber diagnosticar): Isso é apenas o básico
exigido de um futuro médico. A medicina é, antes de tudo, um sacerdócio.
Atualmente, porém, não temos muitos motivos para celebrar,
já que a profissão enfrenta uma série de dificuldades para seu exercício.
Profissionais mal remunerados, com baixa autoestima, muitas vezes responsabilizados pela situação caótica do
sistema de saúde.
Se nas clínicas e hospitais particulares a relação com os
convênios é das mais difíceis, o que vemos na rede pública é de se lamentar.
Hospitais que já foram referência hoje penam com o abandono. E o que o cidadão vê, sofre e reclama, com razão, dói
também na classe médica, pois a missão do médico é salvar vidas.
Além dos problemas estruturais, há também a questão
gravíssima da defasagem salarial. E com a entrada das organizações sociais, a
situação piorou muito. Um médico recém-formado, contratado por uma dessas OSs,
pode receber até três vezes mais que um profissional concursado.
A saúde está mal gerenciada. Um setor tão importante não
pode ser tratado como joguete nas mãos do administrador de ocasião. A culpa, no
entanto, não pode ser atribuída ao atual prefeito ou governador. A situação atual é fruto do
descaso de décadas, não só com o médico, mas com toda a sociedade, que paga
impostos altíssimos e vê recursos públicos indo para o ralo.
O médico encontra-se no olho do furacão. Mas, ainda assim,
vai em frente, fazendo a sua parte da melhor maneira possível. Parabéns aos
médicos de todos os cantos deste país!
Desta tribuna, e de outros fóruns, vamos continuar lutando
por uma saúde de qualidade para o povo.
Por fim, gostaria de lamentar a oportunidade perdida pelo
Ministério da Saúde, que vai treinar agentes do IBGE para aferir a pressão
arterial de 16 mil pessoas em todo o país. Elas terão, ainda, sangue e urina
coletados para exames de diabetes e anemia. Porém, mais uma vez, a prevenção à
doença renal crônica foi neglicenciada.
Obrigado a todos!
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