O Prêmio Nobel de Economia de 2012
foi concedido a dois americanos, por suas teorias sobre como combinar
indivíduos ou grupos para o benefício mútuo. Com aplicações adotadas em desde programas de doação de órgãos a processos de admissão de alunos em escolas. Os
economistas Lloyd Shapley, de 89 anos, e Alvin Roth, de 60, receberam um cheque
de US$1,2 milhão.
Os estudos de ambos avaliam como
diferentes agentes econômicos podem se relacionar em mercados onde a
tradicional alocação de recursos não se aplica. A ideia era buscar uma
combinação eficiente quando há um número determinado de pessoas, com diferentes
preferências para uma questão específica. Entre os exemplos práticos, o
programa de transplante de rins da região da Nova Inglaterra, nos Estados Unidos.
Essa teoria, já em aplicação, ajudou a salvar muitas vidas, já que tornava mais
fácil encontrar um doador, e, também, um receptor.
Salvo certas implicações morais e
econômicas, que precisam ser profundamente discutidas, esse modelo é muito
interessante, e talvez pudesse ser adaptado para uso no Brasil, onde temos um
programa de transplantes entre os mais avançados do mundo, mas que ainda
esbarra em questões burocráticas e logísticas.
No caso dos transplantes, hospitais
com tradição no procedimento, como o Hospital Geral de Bonsucesso, penam com a
falta de manutenção básica, o que não é privilégio do HGB. Infelizmente, a grande
maioria das unidades de saúde da cidade sofre com o descaso. Mesmo sendo
considerado pelo governo do estado como a joia da coroa, o Hospital Universitário
Pedro Ernesto ainda tem alas comprometidas.
No Brasil, apesar de termos ilhas de
excelência, o investimento em pesquisa não chega aos pés dos níveis americano e
europeu. Isso é muito grave, pois perdemos uma grande oportunidade de geração
de empregos em alta tecnologia, com melhores salário e qualidade de vida.
O Rio de Janeiro precisa estar à
frente desse processo no Brasil, incentivando a geração de vagas de alto nível.
É a chance de tomar a dianteira de um processo irreversível em nível mundial,
outra etapa de desenvolvimento econômico, com melhores empregos, produtos com
maior valor agregado e maior chance de lucro. Mas, por enquanto, isso é apenas
um desejo.
A falta de investimento em pesquisa é
um dos entraves para o crescimento, não só do país, mas da cidade. Com
pesquisa, conseguiríamos identificar o que pode funcionar melhor e o que tem
que ser radicalmente mudado. Nessa relação, por exemplo, entram o trânsito caótico
que enfrentamos todos os dias; a
educação, que apesar de ter melhorado um pouco, ainda está a anos-luz dos
padrões internacionais; a geração de
energia, que é um grande desafio para um país que almeja ser de primeiro mundo.
O Rio de Janeiro poderia dar exemplo
ao país e ao mundo, transformando uma cidade com problemas seriíssimos em um
lugar melhor para todos. Só assim vamos conseguir mudar o panorama de marasmo
em que estamos envolvidos. É preciso ouvir as instituições de pesquisa e
desenvolvimento, hoje solenemente ignoradas pelas administrações municipais em
favor de interesses privados, beneficiados com isenções de impostos e cessão de
terras, compradas com dinheiro público.
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