12 de set. de 2012

Polêmica made in China


Em um momento de grave crise econômica internacional, com a necessidade de mantermos divisas e empregos em nosso país, a prefeitura do Rio dá um péssimo exemplo ao restante do Brasil, comprando uniformes importados da China para os alunos da rede pública de ensino.

A empresa responsável pela importação é a Mercosul Comercial e Industrial Ltda., de Blumenau (SC).

É do conhecimento de todos as dificuldades econômicas da indústria têxtil brasileira, especialmente devido à concorrência desleal dos produtos vindos da China com preços baixos, graças ao câmbio artificialmente desfavorável.

Some-se a isso a carga tributária brutal, que desestimula o crescimento das empresas nacionais, afetando a competitividade, contribuindo ainda mais para a crise do setor.

Para ilustrar a importância do governo como agente indutor do desenvolvimento econômico, cito a indústria naval, que renasceu no estado do Rio depois da adoção de um índice mínimo de nacionalização dos componentes utilizados na construção dos navios.

A prefeitura deveria exercer um papel mais ativo no desenvolvimento econômico do Rio, dando prioridade a empresas sediadas aqui. O preço, sem dúvida, é um dos mais importantes critérios na escolha de um fornecedor para o Poder Público, mas não deveria ser o único, já que pode mascarar graves distorções como essa.

Enquanto isso, o Polo de Moda de São Cristóvão depende de articulação e infraestrutura para funcionar. Questões simples, como a limpeza da região, vêm sendo resolvidas com dificuldade.

Petrópolis e Friburgo, cidades com tradição na produção têxtil, também sofrem com a invasão de produtos de qualidade duvidosa e preço baixo.

Precisamos valorizar o que é nosso. Sem dúvida, a escolha de uma confecção nacional, de preferência daqui mesmo do estado, estimularia um mercado que luta para se manter, mesmo com todas as dificuldades.

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