Em um
momento de grave crise econômica internacional, com a necessidade de mantermos
divisas e empregos em nosso país, a prefeitura do Rio dá um péssimo exemplo ao
restante do Brasil, comprando uniformes importados da China para os alunos da
rede pública de ensino.
A empresa responsável pela importação é a Mercosul Comercial e Industrial Ltda., de Blumenau (SC).
É do conhecimento de todos as dificuldades econômicas da indústria têxtil brasileira, especialmente devido à concorrência desleal dos produtos vindos da China com preços baixos, graças ao câmbio artificialmente desfavorável.
Some-se a isso a carga tributária brutal, que desestimula o
crescimento das empresas nacionais, afetando a competitividade, contribuindo
ainda mais para a crise do setor.
Para ilustrar a importância do governo como agente indutor do desenvolvimento econômico, cito a indústria naval, que renasceu no estado do Rio depois da adoção de um índice mínimo de nacionalização dos componentes utilizados na construção dos navios.
A prefeitura deveria exercer um papel mais ativo no
desenvolvimento econômico do Rio, dando prioridade a empresas sediadas aqui. O preço, sem dúvida, é um dos mais importantes critérios na escolha de um
fornecedor para o Poder Público, mas não deveria ser o único, já que pode mascarar
graves distorções como essa.
Enquanto isso, o Polo de Moda de São Cristóvão depende de
articulação e infraestrutura para funcionar. Questões simples, como a limpeza
da região, vêm sendo resolvidas com dificuldade.
Petrópolis e Friburgo, cidades com tradição na produção
têxtil, também sofrem com a invasão de produtos de qualidade duvidosa e preço
baixo.
Precisamos valorizar o que é nosso. Sem dúvida, a escolha de
uma confecção nacional, de preferência daqui mesmo do estado, estimularia um
mercado que luta para se manter, mesmo com todas as dificuldades.
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