Na noite deste domingo, assistimos chocados a uma
demonstração de como a corrupção, a desumanidade e a falta de caráter podem
minar a confiança em um país melhor. O programa Fantástico, da TV Globo, mostrou um esquema de desvio de recursos
do SUS em diversas cidades do país.
Várias táticas eram
usadas. Dupla cobrança por atendimentos, contratação de profissionais em regime
de caixa dois e repasses a organizações fantasmas.
Clínicas do Nordeste e também
o Hospital de Caridade de São João de Meriti, aqui perto, na Baixada, cobravam
pelos procedimentos e repassavam os dados do atendimento ao Ministério da Saúde,
que mandava para as unidades o valor do suposto tratamento. A farsa foi
descoberta graças ao envio, para a casa dos pacientes, de uma carta do Ministério confirmando o valor repassado à clínica. Dupla cobrança. Roubo.
Outro esquema consistia em cobrar
por internações que não existiam. Em Maceió, uma Kombi levava crianças para
fazer exames de sangue e os hospitais cobravam pelo tratamento de pneumonia.
Essa manobra custou milhares de reais aos cofres públicos.
A contratação sem
registro de médicos também foi tema da reportagem. Em São Paulo, uma candidata
a uma vaga filmou sua entrevista de emprego. A proposta indecente: contratação em
regime de caixa dois. Alguns desses esquemas têm a participação das chamadas
organizações sociais, que estão envolvidas na administração de recursos em
unidades de saúde da Baixada Fluminense, como o posto de saúde do Pilar, em Duque
de Caxias. Um contrato de R$9 milhões de reais mensais pela administração de seis
unidades.
Um especialista ouvido
pela reportagem resumiu a situação: se roubam em uma ponta, vai faltar em
outra. E, assim, milhões de pessoas que dependem da saúde pública, aqui e em
outras partes do país, passam pelas situações humilhantes a que, infelizmente,
estamos todos habituados a ler, ver e ouvir.
É urgente aumentar a
fiscalização sobre as OSs aqui no município. É o dinheiro do cidadão que pode
estar sendo mal empregado. A administração municipal não pode alegar
desconhecer a conduta dessas empresas, algumas sem fins lucrativos apenas no
papel.
Como médico e servidor
público, me revolto. Sabemos que não faltam recursos para a saúde. O que falta
é fiscalização para a correta aplicação desse montante, vontade política e
capacidade de gestão por parte dos administradores.
Vereador Dr. Edison da Creatinina.
Vereador Dr. Edison da Creatinina.
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