14 de set. de 2012

Helicópteros e bicicletas quase empatam em disputa


Imagine enfrentar um desafio de 10km contra um helicóptero, andando de bicicleta e chegar apenas dois minutos depois. Pois foi isso que aconteceu no Desafio Intermodal de São Paulo, atividade relacionada ao Dia Mundial Sem Carro, celebrado no próximo dia 22 de setembro. A ideia é aproveitar a data para mostrar que com boa vontade é possível buscar soluções para uma cidade mais humana e sustentável. 

De uma praça na zona sul da capital até a sede da Prefeitura, na região central da cidade, o helicóptero gastou 22 minutos e 22 segundos. Já a bicicleta chegou dois minutos depois, em 24 minutos e 7 segundos, em vias rápidas, e 48 minutos em vias calmas. A motocicleta, 26 minutos e 20 segundos. 

Três anos antes, as bikes chegaram a vencer o desafio, colocando quase dois minutos de vantagem sobre as aeronaves. Parece incrível, mas com o helicóptero é preciso aguardar a vez de levantar voo, por causa do tráfego aéreo, além de enfrentar a dificuldade de encontrar um lugar para pousar. Sem contar que o custo é absurdo.

Ao carro, então, é covardia comparar a bicicleta: o automóvel levou uma hora e 41 minutos para completar o percurso. Um minuto a menos que o pedestre. Isso prova que precisamos mudar, mais do que nunca, a maneira de pensar a cidade.

Obviamente, ninguém precisa pedalar horas para chegar ao trabalho. Temos é que racionalizar o transporte, integrando os diferentes modais, para que o cidadão possa gastar pouco, economizar tempo e ganhar saúde. Mas uma coisa é certa: as coisas precisam mudar na cidade. Já estamos caminhando para o mesmo cenário de caos que impera na capital paulista.


Abaixo, os resultados de outros meios de transporte:


Patins – 31m54s
Trem + metrô – 31m55s
Bicicleta por vias calmas – 48m
Skate – 55m38s
Bicicleta dobrável + metrô – 57m20s
Handbike – 58m35s
Trem + ônibus – 1h6m
Pedestre correndo – 1h7m
Ônibus – 1h30m
Automóvel – 1h41m
Pedestre caminhando – 1h42m

2 comentários:

  1. Isso é ótimo, e em alguns casos, como esse exemplo de SP, é óbvio. Através de 10km de engarrafamento a pior opção é estar dentro de um carro - poluindo e acompanhando os pedestres passando direto do seu carro parado.
    Mas quando eu sugiro isso a pacientes, que precisam fazer um exercício e dizem não ter tempo - claro, duas horas para ir, duas horas para vir, o dia acabou e o sujeito ainda etsá na rua esperando chegar em casa, ver a família, jantar e dormir - uma resistência que eu encontro, e justa, acho eu, é que os locais de trabalho não são adaptados para quem se desloca de bicicleta, ou seja, não têm um chuveiro, um vestiário, e pedalar por meia hora sob o sol sua bastante.

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    1. Tem razão, Flávio. Precisamos pensar em um jeito de incentivar o uso da bicleta nas empresas. Além, é claro, de integrá-la aos outros modais, como o metrô, trem e BRTs. Abraço!

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