8 de set. de 2012

Barra da Tijuca: poluição olímpica



O bairro que vai concentrar os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, é o que mais lança esgoto in natura em canais e lagoas. Desde 2007, a Companhia de Água e Esgoto (Cedae) já denunciou quase duzentos condomínios da Barra da Tijuca que se recusam a ligar suas tubulações à rede de saneamento.
O presidente da companhia, Wagner Victer, atribui o desrespeito ao meio ambiente à falta de consciência ecológica de alguns “espertalhões”. Já o vice-presidente da Câmara Comunitária da Barra, David Zee, pondera que, apesar de haver certos condomínios que não ligam seus esgotos à rede para economizar a taxa de esgoto, durante quarenta anos o governo do estado exigiu dos proprietários a construção de estações de tratamento de esgoto.

Cobramos muito dos governos a solução para os problemas que assolam a cidade, mas é preciso ter em mente que as melhorias contam com o esforço de todos para acontecer. Por outro lado, a culpa pela poluição das lagoas não é só dos grandes condomínios. Há diversas comunidades no entorno do complexo. Vale lembrar que o governo do estado prometeu dragar o complexo lagunar de Jacarepaguá, além de deixá-lo em condições mínimas de conservação até as Olimpíadas. 

Porém, de nada adiantam os esforços governamentais se a população não fizer, também, a sua parte. Por esse motivo apresentei à Câmara do Rio indicação criando o Comitê Gestor de Praias, Lagoas, Canais e Marinas. Temos que dar mais atenção aos nossos recursos naturais, para que a cidade não passe por situações como a recente mortandade de peixes na Lagoa da Tijuca, tão desmoralizantes quanto vergonhosas para uma sede olímpica.

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