Discurso do dia 14 de agosto de 2012
Senhor presidente, senhores vereadores, assessores, demais
presentes, telespectadores da TV Câmara, jornalistas e público das galerias.
Prezados colegas vereadores,
Os Jogos Olímpicos de 2016 já começaram. Ainda faltam mais
de 1.400 dias para o início das competições, mas a Olimpíada é muito mais que a
farta distribuição de medalhas. Antes de
tudo, é processo de transformação do país que a recebe. Uma oportunidade rara
de inclusão por meio do esporte.
O Brasil tem destinado cada vez mais recursos aos atletas.
Um levantamento realizado pelo jornal O Globo no último domingo mostrou que o
total de recursos públicos aplicados no ciclo olímpico 2009-2012 chegou a 1,7 bilhão de
reais, mais que o dobro investido no ciclo anterior.
O custo por medalha em Londres chegou a 117 milhões de
reais, muito superior aos 53 milhões de Pequim. O desempenho, porém, não foi
tão superior, como o aumento nos repasses poderia fazer imaginar. Se há quatro
anos trouxemos 15 medalhas, sendo três de ouro, nesta edição foram 17, também
com três ouros.
Esses dados mostram que precisamos mudar o foco dos
investimentos. Não faz sentido gastar rios de dinheiro somente com atletas que
já competem em alto nível, muitos deles já patrocinados por empresas privadas, e
esquecer da base, da formação de jovens talentos.
A solução para que tenhamos gerações
douradas daqui por diante passa pelo estímulo à educação desportiva. Todos os
anos desperdiçamos milhares de jovens talentos por absoluta falta de uma
política eficiente de formação de talentos. A falta de oportunidades empurra
crianças e adolescentes para a dura vida das ruas, da criminalidade. Uma
omissão imperdoável.
O panorama para 2016 não será muito diferente. Vamos
destinar ainda mais dinheiro ao topo da pirâmide, tudo para alimentar a ilusão
de que o país virou uma potência olímpica. Não podemos cair nessa conversa.
O Rio tem o dever de estimular a geração de novos talentos.
Isso é muito mais importante que destinar bilhões de reais a grandes obras, de
legado discutível, contestadas por especialistas. A verdadeira herança para o
país será pavimentar um caminho confiável para tirar as crianças e adolescentes
da marginalidade, dando a elas um futuro digno.
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