13 de ago. de 2012

Cidade da Música versus derrubada da Perimetral


A prefeitura pretende entregar a administração da ex-Cidade da Música (agora das Artes) a uma Organização Social (OS). A licitação prevê o repasse de R$48 milhões em dois anos. Fruto de uma longa briga entre o prefeito atual e o anterior, a obra, orçada em R$80 milhões, já custou aos cofres públicos sete vezes mais.
Fora as rusgas, é claro que manter inativa uma estrutura que já consumiu meio bilhão de reais é muito pior que colocá-la em funcionamento. O que se questiona são os argumentos. Se a administração atual encara a Cidade das Artes como um triturador de recursos, por que vai gastar mais que o dobro do valor investido na derrubada de uma das principais vias da cidade, como é o caso da Perimetral?

Outro aspecto negativo dessa guerra política, surda e mesquinha é a entrega de um patrimônio público às mãos da iniciativa privada, por meio das famigeradas OSs, método que já se mostrou altamente condenável no caso das clínicas de lata. Médicos recém-formados recebendo muito mais que profissionais concursados, de carreira. Se o panorama nas unidades de saúde já é sombrio, imagine no complexo da Barra.

Em vez de entregar patrimônio e recursos ao privado, sugiro incentivar a ocupação do espaço pelo povo, com cultura popular, abrindo espaço para as classes com menor poder aquisitivo e menos oportunidades. O custo, dessa forma, terá valido a pena, ajudando a reconstruir a cidade partida.

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