O destino do velódromo municipal do Rio, na Zona Oeste, virou novela – sem graça e sem final feliz, muito por causa da demagogia da prefeitura, que optou pelo caminho mais fácil e mais arriscado no trato com a população: a certeza da memória curta do povo. Não é a primeira vez que essa administração aposta no descumprimento de acordos.
A imprensa afirma
que desde as obras para o Panamericano sabia-se que a construção não atendia
aos padrões exigidos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). A prefeitura,
para cumprir o prazo, entregou um velódromo incompleto, mal projetado, com
colunas que impedem a plena visualização da pista pelos árbitros, menos lugares
que o necessário e um sistema de ar condicionado ineficiente.
Depois de três anos, enfim, resolveram tomar uma decisão: demolir a pista e
construir outra em seu lugar, desta vez dentro do que exige o COI. Grita geral
da sociedade. Eduardo Paes, defensor da cidade, diz: “Não vamos derrubar, vamos
tentar reformar”.
Só que a emenda pode
sair pior que o soneto: reformar a antiga arena pode sair mais caro que
construir uma nova. São tantas alterações no projeto que, talvez fosse
mesmo melhor erguer outro velódromo. O atual custou R$13 milhões. Os atletas
podem ficar até um ano sem lugar para treinar. E não só os ciclistas, já que os
ginastas olímpicos também utilizam o espaço para aperfeiçoamento.
A questão é: por que
demoraram tanto tempo para dar uma resposta à sociedade? Qualquer que seja a
saída, quem vai pagar a conta do descaso com o patrimônio público será o povo. E
isso, nós não podemos tolerar.
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