Comunicado de Liderança do PV na Câmara Municipal do RJ
Estou novamente
aqui para manifestar minha indignação quanto ao que todos sentimos,
sejamos políticos ou cidadãos, em relação àquilo que podemos chamar de “farra parisiense”, praticada por pessoas investidas em cargos públicos de alto escalão. Vemos
governador e secretários ao lado do dono da construtora Delta, Fernando Cavendish,
detentor de contratos bilionários com o
governo. Justo aqueles que deveriam dar exemplo de seriedade e correção,
inclusive para os demais funcionários públicos.
Chamo atenção, ainda, para os gastos faraônicos desses governantes, enquanto a população sofre nas
filas hospitalares à espera de atendimento decente. A imagem do secretário de Saúde se regalando com vinhos caros e restaurantes luxuosos na companhia de
amigos poderosos aparece como uma agressão e uma total falta de decoro.
Enquanto isso, os
médicos do Hospital de Ipanema e o Sindicato dos Médicos denunciam a
barbaridade e estupidez que será realizada contra a saúde pública: o secretário
de Saúde, Sérgio Côrtes, quer, de qualquer forma, transformar o prédio do Hospital
Federal de Ipanema num Centro de Transplantes.
Caso se confirme,
será um duplo retrocesso. Primeiro, por encerrar as atividades de um centro de
referência na formação de novos profissionais. Segundo, por fechar um hospital que só no ano passado realizou mais de cem mil consultas ambulatoriais. Foram
quase seis mil cirurgias, de alta e média complexidade, atendendo a um grande
número de pessoas.
Não conseguimos
imaginar como o sistema de Saúde vai absorver os pacientes de Ipanema. Se a Saúde do Rio já está caótica com as unidades disponíveis, como será com uma
unidade a menos? Um centro de transplante deveria suportar um heliponto, além
de estar em local de fácil acesso, próximo a linhas expressas, rodovias e
aeroportos. Temos isso em Ipanema? Obviamente, não. O que caracteriza a decisão
como oportunista e eleitoreira.
É lamentável que a
população se veja cada vez mais refém desse sistema falho e desumano, indigno
de sua existência.
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