3 de ago. de 2011

Rocha Maia, a saúde em agonia


Quero manifestar minha preocupação quanto às notícias veiculadas sobre a situação do Hospital Rocha Maia, na rua General Severiano, ao lado da sede do Clube Botafogo de Futebol e Regatas, por acaso duas das instituições que muito refletem o espírito da nossa cidade e também contam a sua história. Seu prédio, tombado pelo patrimônio histórico, tem hoje um anexo para abrigar a emergência, os serviços de imagem, assim como os leitos para internação.

Essa unidade de saúde municipal está mantendo o atendimento em pediatria e clínica médica, pólos em cardiologia, de atendimento a diabéticos, odontologia, vacinação, a idosos com fisioterapia, mas não está projetada para ser um centro de emergência semelhante aos dos hospitais destinados para grande complexidade como Souza Aguiar, Lourenço Jorge, Miguel Couto e Salgado Filho.

Durante algumas reformas que vieram acontecendo, acompanhei a manifestação das associações de moradores dos bairros que alcança, sempre se levantando contra o fechamento da emergência considerando que asfixiou ainda mais o Hospital Miguel Couto, sempre tão sobrecarregado de atendimentos.

Levantaram inclusive suspeitas e o temor de que a emergência viesse a ser definitivamente desmobilizada naquela unidade para ser transformada em uma policlínica com atendimento de hora marcada. As associações dos bairros se ressentem de não serem convidadas a participar no planejamento deste que é um antigo hospital que desde 1901 vem atendendo a inúmeros bairros da zona sul como Urca, Praia Vermelha, Botafogo, Humaitá, leme, Copacabana, Flamengo e até Catete, uma demanda que já chegou a alcançar uma média de 400 atendimentos por dia.


É importante que se divulgue para a população o perfil dessa unidade que tem previsão para voltar a funcionar em seu tradicional atendimento de emergências de baixa complexidade, já com todos os equipamentos comprados, pessoal treinado, no final do ano. Estivemos lá e vimos os equipamentos novos, recebemos a informação de que há previsão de contratação do restante da equipe. Cumprindo o papel que foi discutido no conselho distrital da região.

Se bem equipado e com pessoal contratado, que venha a desempenhar com qualidade o que lhe cabe. Estaremos acompanhando.

Fica a nossa observação de que no que diz respeito ao nosso sistema único de saúde, com sua rede de atendimentos universalizados e quase únicos no mundo, estamos muito distantes da administração participativa que a nossa constituição preconiza. Há um caminho a trilhar na capacitação de conselheiros no acompanhamento das complexas situações em saúde, na educação da população em prevenção e direitos e atribuições dos diferentes sistemas da rede SUS. Por outro lado nos ressentimos de comunicações mais claras e constantes de seus gestores.

Bom dia a todos.

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