Hoje comemoramos o Dia Mundial de Concientização da Violência contra a Pessoa Idosa, uma data já reconhecida internacionalmente que foi criada para aumentar o conhecimento sobre o abuso contra os mais velhos.
Nosso país envelhece rapidamente. Temos uma pirâmide etária equivalente a de países desenvolvidos. O poder público não consegue se adaptar e dar conta de toda a infraestrutura que envolve uma melhor qualidade de vida para nossos idosos.
Uma das medidas do governo federal foi lançar o Estatuto do Idoso, a lei que regulamenta normas de tratamento e ação para pessoas acima de 60 anos. Ainda assim, observamos nas cidades uma resistência cultural de desrespeito ao cidadão idoso.
Uma prévia do Censo de 2010 nos revela que o Brasil caminha rápido para o envelhecimento de sua população, que já chega a aproximadamente 21 milhões de idosos.
As regiões Sul e Sudeste do País acumulam quase a metade dessa população de velhos e o Rio de Janeiro tem a maior concentração de todos os estados brasileiros.
Há um aumento na expectativa de vida de nossos velhos, mas eles estão mais doentes. Em sua maioria são mulheres e têm sua capacidade funcional de mobilidade melhor na cidade que no campo. A grande maioria não tem planos de saúde particular.
Os idosos utilizam mais os serviços de saúde, precisam de internações mais freqüentes e por um tempo mais longo. O SUS investe, em média, 179 reais com internações de homens com mais de 80 anos e 135 reais com mulheres da mesma faixa etária. Uma maioria de mulheres e da cor branca também são as responsáveis pelo sustento da família.
O dado que chama mais a atenção sobre os idosos se refere à violência. Dados dos pronto-socorros de todo o país revelam que a pessoa idosa é considerada como peso social e descartável. Sentido agravado pelo estado de penúria e discriminação.
Os idosos sofrem violência física, psicológica, sexual, abandono, negligência, abuso financeiro e até negligência pessoal. Em 2002 morreram quase 15 mil idosos vítimas de violência, e a maioria foi por meio de acidentes de transporte e quedas.
Nossa cidade precisa dar um passo mais firme e responsável na aplicação de novas estruturas e metodologias para lidar com os problemas da chamada melhor idade. É preciso mudança na cultura do carioca sobre como ver o envelhecimento de nossos cidadãos, para melhorar os cuidados que evitariam o sofrimento e o descaso com os mais velhos. Precisamos de educação sobre isto nas escolas, adaptação ergonômica dos transportes, mudanças reais nos sistemas de saúde público e particular, propor modificações nas obras públicas que tenham uma aplicação direta e não superficial, para que estejam completamente adaptadas às necessidades dos idosos. Precisamos criar incentivos para os maiores de 60 anos para facilitar a adaptação de suas casas as suas necessidades básicas de locomoção e conforto.
A Prefeitura do Rio vem instalando, em algumas praças da cidade, equipamentos que permitem que idosos se exercitem, mas constantemente vejo que são utilizados por crianças e jovens. Tomei conhecimento de um programa chamado “Idoso em Família” da Prefeitura que dá uma ajuda de custo de 300 reais para os idosos, mas, pasmem, para 45 idosos, com a proposta de aumentar para 85 idosos. Parece uma piada se observarmos o universo de mais de 500 mil idosos, só na cidade do Rio, esta é a informação no Portal da Prefeitura.


O Rio de Janeiro é uma cidade com um imenso potencial turístico e as pesquisas não mentem quando afirmam que a população da melhor idade está viajando mais e buscando melhor qualidade de vida. Precisamos nos adaptar rápido se quisermos ser referência no tema. Não podemos esquecer que apesar de nossa atual juventude, vamos envelhecer, e quando chegar nossa vez talvez lamentemos não termos sido mais enérgicos na resolução desses problemas.
Muito já foi feito, mas muito ainda há por fazer.
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Consulte ou baixe o plano de Ação para Enfrentamento da Violência Contra Pessoa Idosa
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