O Rio acaba
de atingir a importante marca de 200 doadores de órgãos captados em um único
ano. Esse resultado é inédito na história do estado e foi alcançado dois meses
antes do prazo estabelecido pelo Programa Estadual de Transplantes (PET).
Ocupando a lanterna no país na área de doação de órgãos até 2010, o Rio
registrou nos últimos dois anos o maior avanço nacional em doação por milhão de
habitantes, pulando para a atual terceira posição no ranking.
Esse número
representa aumento de 50% no total de doadores em relação a 2010, chegando
a 121. Segundo dados da Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos
(ABTO), o Rio de Janeiro triplicou a relação de doadores. Em uma medição feita
por milhão de habitantes, o estado passou de 5,1 em 2010 para 15 em 2012. Os
dados são da Secretaria Estadual de Saúde.
São números
animadores, sem dúvida. No entanto, outra parte do processo merece mais atenção
por parte do governo do estado. Matéria publicada no Dia On Line nesta
terça-feira afirma que 300 transplantados renais correm o risco de perder o
rim devido à falta de medicamento à base de ciclosporina. A substância é capaz
de prolongar a vida de pacientes após o transplante. Deveria ser distribuída
gratuitamente pela Riofarmes, mas está em falta, sem previsão de normalização da entrega.
Segundo a Secretaria, a empresa vencedora da licitação para o fornecimento do medicamento
atrasou a entrega e já teria sido notificada. Para não interromper o tratamento dos pacientes, nos casos em que há
consentimento do médico que fez a receita, a Superintendência de Assistência
Farmacêutica está oferecendo o medicamento na dosagem de 25mg, em substituição
ao de 50mg, cujo estoque acabou na primeira quinzena de outubro.
É uma
vergonha ver pacientes que esperaram tanto para receber um órgão correrem o
risco de perdê-lo por uma questão meramente burocrática. Médicos e profissionais
de saúde, que acompanham a dor de quem precisa fazer hemodiálise, sabem como a
vida dessas pessoas pode melhorar com o transplante. É inadmissível que atrasos
em processos e trâmites coloquem em risco o sucesso do programa.
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