Uma reportagem publicada
no jornal O Globo desta quarta-feira (3/10) mostra como o tratamento
dispensado aos moradores da cidade é diferente, dependendo do bairro. Enquanto
na Glória a Comlurb realiza a coleta seletiva, sendo uma das mais eficientes da
cidade, e tem 99,9% do esgoto tratado, Manguinhos e Vargem Grande têm os piores
índices de coleta de lixo e esgoto, respectivamente.
A coleta de esgoto no
bairro de Vargem Grande, por exemplo, atende apenas 29% dos domicílios. Os
dejetos, em sua maioria, seguem para o complexo lagunar de Jacarepaguá,
contribuindo para uma verdadeira tragédia ecológica na região. Mesmo considerando
o fato de que o bairro da Zona Oeste é uma criança em comparação ao tradicional
recanto da Zona Sul, é assustador.
Em Manguinhos, 10% das
residências queimavam, enterravam ou jogavam o lixo em terrenos baldios, nas
ruas ou nos rios. O curioso é que, no bairro vizinho de Higienópolis, todas as
casas são atendidas. Os moradores reclamam, com razão, que as calçadas vivem
sujas, por falta de garis.
Sabemos que o lixo acumulado atrai insetos e ratos,
contamina os lençóis freáticos, polui o ar e pode causar diversas doenças. Encaminhei requerimento
solicitando informações à Comlurb sobre o número de garis responsáveis pela
coleta de lixo e varreção e quantas vezes o caminhão de lixo passa por lá.
Aliás, tanto Vargem Grande
quanto Manguinhos precisam demais de um carinho da prefeitura, como no
recapeamento das ruas, na limpeza geral das calçadas e na poda de árvores.
Os especialistas ouvidos
pela reportagem dão a receita para evitar esse tipo de situação: controlar o
crescimento desordenado. Isso mostra que a tarefa é bem mais complexa do que
parece.
O conjunto de prédios do PAC,
construído no terreno do antigo 1º D-Sup,
por exemplo, já dá sinais de favelização, mesmo com toda a infraestrutura, como
biblioteca, escola, UPA e Clínica da Família. É preciso mudar a mentalidade das
pessoas, e isso não está acontecendo.
A situação desses dois
bairros é um recorte perfeito da situação da cidade real, que não aparece na
propaganda. Há muita coisa para melhorar, senhor prefeito, muita coisa, mesmo.
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