25 de out. de 2012

Um grave precedente




O Edital de Concessão do Complexo do Maracanã prevê a demolição da Escola Municipal Friedenreich. A escola ficou entre as dez melhores instituições do estado no último ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica.
Segundo a reportagem do Estado de S. Paulo, a direção da escola foi surpreendida com a decisão do governo do estado e não quis se manifestar. A prefeitura diz que só vai autorizar a derrubada quando outro prédio, com as mesmas características do atual for construído.
Já falamos da possível derrubada do prédio do antigo Museu do Índio, que fica bem perto dali, como uma medida autoritária, com benefícios discutíveis. O Complexo do Maracanã é do povo, e o legado deveria ser de quem contribui para o seu funcionamento. Em torno do estádio, milhares de pessoas se exercitam todos os dias, tanto na ciclovia como no Estádio Célio de Barros e no Parque Aquático.
Se a moda pegar de verdade, daqui a pouco presenciaremos o grupo vencedor da licitação cercando a calçada. Mas a calçada não é pública? O complexo também era, a escola também era, e isso não impediu que o governo permitisse a demolição dos equipamentos. É um grave precedente, e parece que a população da cidade ainda não tomou consciência do risco que corremos ao ignorar nossa história e entregar, de mão beijada, nosso patrimônio. Exemplos, no entanto, não faltam.
         

         Como sugestão para aplicar os lucros da concessão que parece ser irreversível, sugiro a compra de medicamentos na farmácia do governo do estado, que funciona na Praça Onze. Pacientes renais crônicos que fizeram transplantes reclamam da dificuldade de encontrar os remédios, de que não podem prescindir. Então vão buscar nos hospitais onde fizeram suas operações. Atendo muitos pacientes no hospital Pedro Ernesto, onde trabalho, para buscar a medicação que a farmácia deveria disponibilizar.
O mesmo acontece com pessoas que precisam de tratamento contínuo para lúpus e hepatite C, doenças em que o paciente precisa de tratamento permanente. Os medicamentos estão em falta e os funcionários alegam que não foi feita licitação para compra dos remédios e não há previsão de quando esses medicamentos de uso contínuo vão chegar.
Se ficar muito difícil, outra ideia seria abastecer com fraldas as farmácias populares, já que é artigo raríssimo. Os usuários reclamam que há meses o produto sumiu das prateleiras. É uma falta de respeito com o cidadão.

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