O Edital de Concessão do Complexo do Maracanã prevê a
demolição da Escola Municipal Friedenreich. A escola ficou entre as dez melhores
instituições do estado no último ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica.
Segundo a reportagem do Estado de S. Paulo, a direção da
escola foi surpreendida com a decisão do governo do estado e não quis se
manifestar. A prefeitura diz que só vai autorizar a derrubada quando outro
prédio, com as mesmas características do atual for construído.
Já falamos da possível derrubada do prédio do antigo Museu do
Índio, que fica bem perto dali, como uma medida autoritária, com benefícios
discutíveis. O Complexo do Maracanã é do povo, e o legado deveria ser de quem
contribui para o seu funcionamento. Em torno do estádio, milhares de pessoas se
exercitam todos os dias, tanto na ciclovia como no Estádio Célio de Barros e no
Parque Aquático.
Se a moda pegar de verdade, daqui a pouco presenciaremos o
grupo vencedor da licitação cercando a calçada. Mas a calçada não é pública? O
complexo também era, a escola também era, e isso não impediu que o governo
permitisse a demolição dos equipamentos. É um grave precedente, e parece que a
população da cidade ainda não tomou consciência do risco que corremos ao
ignorar nossa história e entregar, de mão beijada, nosso patrimônio. Exemplos,
no entanto, não faltam.
Como sugestão para aplicar os lucros da
concessão que parece ser irreversível, sugiro a compra de medicamentos
na farmácia do governo do estado, que funciona na Praça Onze. Pacientes renais
crônicos que fizeram transplantes reclamam da dificuldade de encontrar os
remédios, de que não podem prescindir. Então vão buscar nos hospitais onde
fizeram suas operações. Atendo muitos pacientes no hospital Pedro Ernesto, onde
trabalho, para buscar a medicação que a farmácia deveria disponibilizar.
O
mesmo acontece com pessoas que precisam de tratamento contínuo para lúpus e
hepatite C, doenças em que o paciente precisa de tratamento permanente. Os medicamentos
estão em falta e os funcionários alegam que não foi feita licitação para compra
dos remédios e não há previsão de quando esses medicamentos de uso contínuo vão
chegar.
Se
ficar muito difícil, outra ideia seria abastecer com fraldas as farmácias populares, já que é
artigo raríssimo. Os usuários reclamam que há meses o produto sumiu das
prateleiras. É uma falta de respeito com o cidadão.
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