Foto: Fabiano Rocha/Ag. O Globo |
Saiu na coluna do Fernando
Molica, do jornal O Dia, na edição desta quinta-feira, 26 de julho. Um estudo
da Fundação Oswaldo Cruz aponta que mais de 35% dos policiais militares da
cidade têm algum tipo de sofrimento psíquico. A pesquisa constatou que o problema
é maior entre os insatisfeitos com a própria vida e com a incapacidade de
reagir a situações difíceis.
Entre os principais sintomas, estão estresse,
problemas digestivos e vitimização. Em todo o mundo os níveis de estresse dos
policiais são mais altos que os de outros profissionais. Mas no Rio a situação
é mais aguda, por causa da criminalidade e das condições de saúde e trabalho.
A incapacidade de reação frente a
situações difíceis merece ser profundamente avaliada. O treinamento é
correto? O material de trabalho é adequado? Como exigir que um agente da lei lute
contra grupos dispostos a tudo – principalmente a matar – com armamento inferior?
Mesmo em comunidades pacificadas
o panorama é de tensão. O ataque à UPP de Nova Brasília, que resultou na morte
da soldado Fabiana, mostra que o processo ainda precisa avançar muito. O
prefeito promete conceder aumento de R$250 sobre a gratificação dos policiais lotados nas UPPs.
Essa é uma conduta eleitoreira e oportunista de Eduardo Paes, como, aliás, tem
sido a tônica da campanha oficial.
O policial precisa ser valorizado
de verdade, sem paliativos. E isso não significa apenas dar-lhe um fuzil com
munição infinita ou caveirões. A cultura de guerra tem que acabar. Um caminho
para mudar o quadro atual é fazer com que a comunidade veja o policial como uma
pessoa de confiança e, principalmente, que o policial possa contar com o apoio
da população. A isso chamamos de cidadania.
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