29 de mar. de 2012

Herbert Daniel, um legado que a história não esquece

O vereador Dr. Edison da Creatinina homenageou hoje em seu discurso, no plenário da Câmara Municipal do Rio, um cidadão que viveu e ofereceu sua vida em nome da liberdade, da luta contra as injustiças e da difusão do conhecimento como meio de sanar as deficiências de nossa sociedade.

Hoje completa 20 anos da morte de Herbert Eustáquio de Carvalho, o Herbert Daniel.

Nascido em 1946, mineiro de Belo Horizonte, guerrilheiro dos tempos da ditadura no Brasil, ex-estudante de medicina, exilado em 1974 na França, foi jornalista, sociólogo, escritor e o último exilado a retornar ao país em 1981. Herbert Daniel foi líder intelectual e lutou bravamente contra a ditadura militar.
Como ambientalista, fundou o Partido Verde em 1986, juntamente com Alfredo Sirkis, Carlos Minc, Fernando Gabeira, Lucélia Santos, Guido Gelli, John Neschling, Luis Alberto Py.
Destacou-se na defesa  dos direitos dos homossexuais e dedicou boa parte de sua vida contra o que ele definia como “morte social” dos doentes de Aids. Tornou-se soropositivo em 1989, quando fundou a ONG Pela Vidda (valorização, integração e dignidade do doente de Aids) e deu voz aos doentes que eram impiedosamente discriminados pela sociedade. 
O legado que Herbert Daniel deixou para a humanidade foi a sua luta para desarmar o preconceito da sociedade em relação aos portadores de HIV. Ele imaginou possibilidades mais lúcidas e humanas sobre as relações sociais, médicas e trabalhistas.
Daniel propôs a cidadania e a democracia para toda a população brasileira. Para ele, a vivência da homossexualidade era em si um exílio. Essa questão deveria ser discutida em âmbito político. O cidadão deveria sair da indiferença e questionar o poder.
Herbert explicava que, na medida em que a sexualidade é uma inquietação, impõe opções.
A pessoa, ao diferenciar-se nas opções sexuais, assume posturas diante do poder; portanto, milita, tornando-se, de certa forma, subversiva, e não indiferente. Castrado e castrador. E ainda reforçava que toda ditadura depende da indiferença das pessoas. E que essa indiferença começa nas questões que envolvem as atitudes corporais.

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