20 de set. de 2012

Segunda sem Carne: Por que não?



O último mês de agosto foi o segundo mais quente da terra desde 1880, quando começaram os registros oficiais, com uma temperatura média no planeta de 14,7 graus centígrados, igualando às marcas registradas em 2001 e 2011, e ficando atrás apenas de 1998. As informações são da Organização Meteorológica Mundial, publicadas pela agência espanhola EFE.

O órgão informou, ainda, que desde 1976 as temperaturas registradas em agosto sempre superaram a média da temperatura global do século XX. A partir de 1984, não houve um só mês em que a temperatura tenha estado abaixo da média.

O aquecimento global é um problema grave. São muitos os fatores que contribuem para o aumento das temperaturas, entre eles o crescimento vertiginoso do consumo de combustíveis fósseis, como o petróleo, que contribui para a emissão de gases do efeito estufa.

Outro fator decisivo é o desmatamento, que no país alcança níveis dramáticos, em parte, graças à pressão do agronegócio, com a necessidade cada vez maior de áreas de plantio e pastagens. Um relatório de 2006 da Agência da ONU para Agricultura e Alimentação afirma que o setor pecuário foi o responsável por 18% das emissões de gases do efeito estufa, por 9% de todo o gás carbônico emitido pela ação do homem (desmatamentos para áreas de manejo do pasto ou produção de grãos, cultura de arroz), 37% do metano (maior parte devido à fermentação decorrente da ruminação) e 65% de todo o gás nitroso emitido.

Somos sete bilhões de pessoas no planeta. Para produzir carne para essa população, é preciso criar bilhões de animais, que consomem água, comida e recursos energéticos, demandam espaço, produzem grande quantidade de excrementos, contaminam os mananciais, causam erosão e geram poluição atmosférica.

A criação de animais para abate é uma forma ineficiente de produzir alimentos: para cada quilo de proteína animal são necessários de 3 a 15kg de proteína vegetal (milho, soja e outros).

É nesse contexto que se insere a Segunda sem Carne. O propósito da campanha é conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de carne para alimentação tem sobre o meio ambiente, a saúde humana e os animais, convidando-as a tirar a carne do prato pelo menos uma vez por semana e a descobrir novos sabores.

Desde 2011 o Rio de Janeiro participa desse movimento internacional através de uma lei de minha autoria, que inclui a Segunda sem Carne no calendário oficial de eventos do município. Ao contrário do que se diz sobre sua relevância, o papel dessa lei é mostrar que novos caminhos são possíveis, o que, aliás, é a vocação desta cidade.

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